Estamos vivenciando uma das piores crises que o assalariado já passou em toda a nossa história recente. Lembro que acompanhei os diversos planos econômicos que foram implementados em nosso país e a situação atual não tem precedentes.

Se você também acompanhou, deve lembrar que antigamente tínhamos os “gatilhos” que foi uma forma criativa, encontrada pelo governo, para evitar a corrosão que a inflação causava no salário do trabalhador.

No início de cada mês, quando recebíamos o tíquete alimentação ou mesmo o salário, havia uma verdadeira corrida aos supermercados em busca de comprar antes que remarcassem os preços.

As filas eram enormes, enfadonhas, existiam brigas por carrinho. Era comum ver famílias com mais de um carrinho abarrotado de compras, pois se assim não o fizessem no fim do mês faltaria condições de compra. As compras eram únicas e mensais.

Com a implantação do Plano Real e a volta da estabilidade econômica, diminuímos o estresse e passamos a buscar os supermercados somente quando realmente era necessário.

Atualmente estamos acompanhando uma crise que reputo como terrível, pois sobre a recuperação do nosso poder de compra, não vejo ninguém falando e muito menos falam quando os ajustes, que estão sendo empurrados “goela abaixo”, nos deixarão em condições mínimas de sobrevivência.

Podemos dizer que o fantasma da fome voltou e com mais força, o que tornam os movimentos de reivindicação ainda mais perigosos, pois como sabemos a fome não tem religião.

Resta saber se as centrais sindicais terão coragem de peitar o governo que elas conseguiram colocar no poder, ou seja, será que elas vão brigar por nós? Tenho minhas dúvidas.