O Ministério Público do Piauí recorreu da decisão que colocou em liberdade o ex-oficial do exército, José Ricardo da Silva Neto, réu confesso do assassinato da estudante Iarla Lima Barbosa. O homicídio ocorreu no dia 19 de junho do ano passado, em Teresina. Os piauienses ficaram perplexos com a soltura do matador da estudante.
O promotor de Justiça, Régis Marinho, destacou que José Ricardo deve continuar detido devido à gravidade do crime.
“Ele cometeu um crime hediondo, foi um feminicídio que ele [José Ricardo] é confesso e que, portanto, é de uma gravidade incomum. Ele merece ficar preso até julgamento final pelo conselho de sentença do tribunal do júri”, disse o promotor Régis Marinho.
Promotor Regis Marinho
O recurso em sentindo estrito de autoria do promotor Régis Marinho será avaliado pela juíza Maria Zilnar Coutinho.
José Ricardo em liberdade
O ex-tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto foi colocado em liberdade pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina, Antônio Reis de Jesus Nolêto. O juiz também pronunciou o réu, que agora aguarda o julgamento pelo Tribunal Popular do Júri em liberdade condicional.
A liberdade do ex-tenente foi fundamentada no bom comportamento e no comparecimento a todos os atos processuais por parte do réu, como também o requisito de não apresentar antecedentes criminais. (Saiba mais)
Entenda o caso
O tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto, de 23 anos, é acusado de matar a namorada Iarla Lima Barbosa, de 25 anos, e ferir outras duas mulheres durante a madrugada do dia 19 de junho, do ano passado, na na zona leste de Teresina. A vítima estava com o namorado, a irmã e uma amiga em uma festa momentos antes do crime.
Segundo testemunhas, a jovem teria dançado com um amigo, o que teria deixado o tenente do Exército com ciúmes e efetuado o crime.
Iarla foi alvejada com dois tiros no rosto. A irmã, Ilana Lima, levou um tiro de raspão na cabeça, e a amiga foi atingida com um tiro no braço e outro no tórax. Depois do crime, o tenente do Exército se trancou no banheiro do seu apartamento na zona leste.
Momentos depois, a polícia conseguiu que ele se entregasse e o encaminhou para a Central de Flagrantes. O oficial do Exército está internado em um hospital particular depois de passar por cirurgia para remover uma bala que ficou alojada em sua perna.
O Exército abriu procedimento administrativo e expulsou Silva Neto. Ele foi preso e transferido no último dia 06 de novembro do 2° Batalhão de Engenharia e Construção (BEC) para um presídio estadual.