A juíza Zilnar Coutinho, da 2ª Vara do Tribunal do Juri, se irritou com o advogado de defesa do ex-capitão da Polícia Militar Allisson Wattson, Pitágoras Veloso, na manhã desta sexta-feira (23/02) durante audiência de instrução do caso Camilla Abreu.
Um verdadeiro show dado pelo advogado de Allison Wattson. Foi assim que os presentes na audiência de instrução do caso da Morte de Camila Abreu viram a ação do advogado. O Durante o depoimento de Valéria Gomes, amiga de Camilla Abreu, a jovem foi questionada pelo advogado se a vítima fazia programa para conseguir dinheiro.
Segundo Pitágoras o questionamento foi feito com base nos autos do depoimento que Valéria teria dado para a polícia. Mas a juíza indeferiu o questionamento.
“Se o depoimento prestado na fase policial fosse suficiente para instrução do processo, não haveria necessidade dessa audiência. A pergunta está indeferida, porque não tem pertinência o objeto deste processo”, disse Zilnar Coutinho.
O advogado requereu esclarecimentos sobre o depoimento da jovem, que para ele, houve divergências.
Além disso, Pitágoras ainda questionou a jovem sobre um possível relacionamento íntimo com Camilla Abreu, que novamente foi indeferido pela juíza. “A pergunta está indeferida porque não é pertinente ao objeto”, disse. Ao tentar insistir na pergunta, novamente o advogado de defesa foi barrado. “A pergunta está indeferida no tocante ao relacionamento amoroso. Não é objeto do processo”.
"Allisson não era demônio e Camilla não era anjo" retrucou o advogado ao ter a pergunta indeferida pela segunda vez.
O capitão Allison Wattson, que antes tinha confessado ter matado a jovem, agora disse em depoimento que não cometeu o crime. Ele solicitou que queria responder apenas às perguntas do seu advogado e que desde 2017 faz tratamento de um transtorno de personalidade.
SOBRE O CRIME
Camilla Abreu, na época com 22 anos, era estudante de direito e namorava com o policial Allisson Watson há 10 meses, quando no dia 26 de outubro de 2017, desapareceu após sair com ele. Depois de dias de investigação, a Delegacia de Homicídios descobriu que o militar a matou com um tiro no rosto dentro do seu carro, jogou o corpo em um matagal e tentou limpar os indícios do crime, inclusive com a tentativa de se desfazer do veículo. Preso, ele confessou o crime, e investigações apontam que ela era constantemente agredida e alvo dos ciúmes do homem que a pressionou num relacionamento nocivo.