O Brasil agora ocupa a 80ª colocação entre as nações avaliadas, após atingir, no ano passado, sua pior posição na lista. Na América Latina, o Brasil só tem desempenho melhor que Guatemala, Argentina, Equador, Paraguai e Venezuela. O Chile continua liderando o ranking regional.
A melhora brasileira ocorreu em aspectos como combate à corrupção e pelo aumento da liberdade do judiciário, segundo o Relatório Global de Competitividade 2017-2018. Mas, pouco animadora é a posição brasileira entre 137 países. Além disso tem-se municípios que os gestores públicos ainda fazem muito pouco. Assim temos cidades com poucas vantagens para investidores e consequentemente para o empreendedorismo.
Maceió
Muito se fala em cidades que acolhem bem a atividade empreendedora, porém, é possível apontar no Brasil capitais que não parecem tão receptiva a quem deseja começar o negócio próprio. De acordo com o levantamento anual da Endeavor sobre capitais mais empreendedoras do País, Maceió está na última colocação, ou seja, é o lugar menos favorável para empreender.
Teresina
A capital do Piauí também está entre as piores cidades para empreender de acordo com a Endeavor. "São cidades com estrutura bastante precária", aponta o coordenador de pesquisa e mobilização Endeavor e responsável pelo levantamento João Melhavo. "Se olharmos para o ambiente regulatório dessas cidades, percebemos um desafio gigante", analisa.
Fortaleza
"Essas capitais têm como problemas comuns a falta de infraestrutura, a distância dos grandes centros e problemas internos como falta de segurança", analisa Melhavo, que avalia capitais como Fortaleza como locais ainda pouco favoráveis ao empreendedorismo.
Belém
A capital do Pará, também aparece no ranking da Endeavor como uma cidade pouco favorável a empreendedores. Para Melhavo, um dos pontos mais sensíveis dessas capitais são os marcos regulatórios, que são as leis em relação a tributação, abertura e fechamento de empresas. "O Brasil tem o sério desafio de toda hora mudar as regras do jogo. Temos em média 200 mudanças a cada três anos no ICMS, o mesmo que uma a cada quatro dias. Isso é uma loucura pra o empreendedor", comenta.
Cuiabá
Fora do Nordeste, região do País em que os índices de empreendedorismo são desfavoráveis, a capital do Mato Grosso também encontra dificuldades para atrair investidores, o que é, na perspectiva do especialista da Endeavor, um fator que dificulta a vida do empresário. "O investimento de risco, o venture capital, está distante dessas capitais. São cidades
em que o empreendedor tem menos condições de buscar investimento", analisa Melhavo.
São Luís
A segurança pública, ou ausência dela, é outro fator que influencia diretamente na forma como uma cidade recebe o empreendedorismo. "Na região Nordeste, as taxas de homicídios estão acima das do Sul e do Sudeste", avalia Melhavo sobre capitais como São Luís.
Manaus
"Uma coisa que poderia ser feita em curto prazo para a melhora nos índices dessas cidades é uma otimização do ambiente regulatório", comenta João Melhavo. "Para se abrir uma empresa, leva-se em média 138 dias. São quase 5 meses para você abrir um negócio. Isso é possível de ser transformado", avalia o especialista. Cidades como Manaus, enfrentam esse tipo de entrave, que as faz serem mal avaliadas.
Natal
Natal, a capital do Rio Grande do Norte, também aparece no ranking da Endeavor como uma das cidades menos favoráveis ao empreendedorismo no Brasil. Salvador
A capital baiana está entre as dez cidades brasileiras pouco receptivas a novos negócios. Entre os critérios avaliados pela Endeavor para o levantamento, estão qualificação profissional, índices de segurança pública, burocracia e capacidade de atrair investimentos.
Aracaju
À frente das capitais citadas anteriormente, porém ainda com índices negativos para o empreendedor, está Aracaju. Para Melhavo, é possível reverter a pouca receptividade com ações de curto e longo prazo. "Rever processos e simplificar burocracia são atitudes do poder público que em pouco tempo podem melhorar muito a situação do empreendedorismo nessas cidades", pontua.
"Competição e competitividade são palavras que os políticos, especialmente os deputados federais e senadores, ainda não conseguiram alcançar seu real sentido".