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Guaribas: Cidade do Fome Zero continua com muita fome

Os verdugos do povo a serviço de Lula

Guaribas, a cidade símbolo de combate à fome no Brasil, vítima de uma farsa do PT de Lula e demais facínoras da política brasileira, continua faminta e agonizando nos seus últimos momentos de vida. Após a propaganda enganosa do ex-presidente Luís Lula da Silva e sua trupe de asseclas ávidos por uma boa dose de cachaça regada a churrasco e mulheres, desapareceu, sumiu ou estão presos.

O que deveria ser a salvação de muitos miseráveis vivendo abaixo da linha da pobreza, os desgraçados de sorte e abandonados por todos, hoje, passados 15 anos da mentira e descalabro, amargam dias piores do que eram acostumados no passado. Abandonadas até por Deus, como disse uma sobrevivente que há dias não come, a não ser água morna com farinha, ninguém mais dos órgãos governamentais deu as caras por lá.

O INÍCIO DO CALVÁRIO

Passados 15 anos após estrear com estardalhaço na mídia como símbolo do maior programa social do governo Lula, o município de Guaribas, no Piauí, permanece isolado. Na cidade, o esgoto corre a céu aberto e não existe leito hospitalar. Na zona rural, longos trechos de areia escondem povoados sem energia elétrica, com crianças desnutridas e sem água para o consumo, com índices de qualidade de vida comparáveis aos dos piores países da África.

Distante 630 quilômetros da capital Teresina, na região Sul do Estado, Guaribas está agonizando no próprio leito de morte por irresponsabilidade das chamadas autoridades que abandonaram aquelas almas desprovidas da sorte. Ao se aproximar mais uma eleição, alguns desses bestiais candidatos começam aproximação em busca de voto.

Segundo o IBGE, a cidade símbolo do “Fome Zero” voltou a figurar entre as mais famintas do país. Metade da sua população de 4.489 pessoas é extremamente miserável. Tem renda média de 162 reais e 95% dos habitantes dependem do Bolsa Família.

Em Guaribas, a falta de comida separa famílias que buscam uma vida melhor em outro lugar. É onde, também, a mãe assiste, sem chance de fazer absolutamente nada, a filha morrer de fome. Maria jamais vai esquecer o rostinho da filha Gilmara.

"Ela era bem bonitinha, tinha seis anos. Cabelo ruinzinho, o coração dói", lembra-se, com os olhos cheios de lágrimas. Também há denuncia como alguns comerciantes que se apropriam do Bolsa Família de outras pessoas fazendo com que elas fiquem penduradas em dívidas e nem sequer saibam quanto ganham no cartão por mês.

As únicas obras que o governo iniciou foram o Memorial do Fome Zero e um hotel, cedidos à prefeitura de Guaribas em 2012. A prefeitura seria responsável pela administração durante um ano e em 2013 tudo voltou para a responsabilidade do Estado. O governo informou que os prédios foram abandonados por causa da troca de gestão, que acabou desativando as coordenadorias responsáveis pela administração dos locais. Tudo mentira.

Guaribas foi escolhida como modelo para o lançamento do Fome Zero, o maior programa social do governo Lula, por ser o termômetro do atraso social no Brasil. Apesar de o município ter recebido uma série de programas sociais que diminuíram a fome dos seus moradores, nas quebradas da zona rural, onde vive grande parte da população, pouca coisa mudou. "Em Guaribas e nos demais municípios incluídos no mapa da fome, as mudanças foram superficiais, pontuais no repasse dos recursos para as famílias carentes", explica o historiador Mário Ribeiro Filho, que esteve recentemente no município.

Na época, a ideia do então novo presidente era dar início ao principal programa social do governo numa cidade que poderia se tornar símbolo da prioridade no combate à fome e ao subdesenvolvimento. Diante da impossibilidade de um presidente da República visitar um lugar tão desestruturado como Guaribas, notava-se os primeiros sinais da incompetência dos novos gerentes da máquina pública federal, incluindo os parcos conhecimentos geográficos dos próprios auxiliares do governador do Piauí, o petista Wellington Dias, que não conheciam em detalhes o Estado que iriam governar.

Guaribas não oferecia as mínimas condições para receber a visita do presidente, mesmo que ele batesse o pé no chão e gritasse com seus assessores. Era uma questão de infraestrutura e segurança, que só quem conhece de fato o lugar saberia entender.

Ao contrário do que seria esperado, o que se viu nos dias seguintes foram os assessores do governador do Piauí deslumbrados com os holofotes, anunciando a Deus e ao mundo a visita de Lula a Guaribas - nesse momento, todas as atenções da mídia, inclusive internacional, estavam voltadas para os primeiros dias do governo brasileiro, cujo chefe viera das camadas mais pobres do país.

A notícia correu o planeta e Guaribas ficou sabendo da importância que ganhava por meio de uma dezena de antenas parabólicas instaladas em casas sem banheiro e com piso de terra. Acostumado a tanto sofrimento, o lugarejo fez festa na esperança de que a visita do presidente fosse mudar o quadro de miséria.

Dias depois, as manchetes dos jornais anunciavam: Lula não iria a Guaribas. Ficara tardiamente comprovada a impossibilidade de um chefe de estado visitar um lugar tão remoto e desestruturado. Numa nota oficial, o ex-ministro-chefe da Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, reconheceu que as dificuldades operacionais e de transporte para levar o presidente a Guaribas obrigara a Casa Civil a mudar a programação de lançamento do Fome Zero.

"Um candidato a presidente faz esse tipo de deslocamento, mas é outra situação. Quando ele se torna presidente da República, as normas de segurança são outras, muito mais rígidas", explicou o militar. Em Brasília, cercado pelos jornalistas, o porta-voz do presidente, André Singer, tentou contornar a situação: "Fica preservada a intenção original de mostrar a miséria ao Ministério e Guaribas servirá, no momento certo, de palco para o lançamento do Fome Zero". Assim, em vez do semi-árido, Lula começaria seu governo na Vila Irmã Dulce, um conjunto habitacional na periferia de Teresina, capital do Piauí.

O problema é que a notícia chegou truncada a Guaribas. Lá, grande parte da população, principalmente os que não tinham acesso ao rádio ou à televisão, ainda aguardava a visita do presidente. Como já imaginava, um telefonema me fez adiar as férias e voltar para o sertão. De uma hora para outra, aquela região tinha se tornado prioridade dos veículos de comunicação.

No dia 3 de fevereiro de 2003, um mês após a posse do novo governo, Lula decide enviar a Guaribas os famigerados ministros da Segurança Alimentar, José Graziano, da Integração Nacional, Ciro Gomes, e da Assistência Social, Benedita da Silva (todos hoje já devidamente demitidos), para lançar oficialmente o Fome Zero na cidade.


Guaribas:um lugar onde o que há de melhor é o voto

A população, que continuava a sonhar com a visita do presidente, levantou cedo e vestiu o que tinha de melhor para receber os "homi de Brasília". Com o sol das 10 horas da manhã torrando, um barulho forte e estranho ecoou nos paredões de pedra que cercam a cidade. Com exceção dos trovões que costumam assustar a população nos pingados dias de chuva, certamente os moradores do lugar nunca tinham ouvido nada igual.

Não demorou e na linha do horizonte começaram a surgir vários helicópteros. De repente, alguém gritou: "É Lula, é o nosso presidente, ele veio nos visitar!". A poeira tomou conta do terreno, um campo de futebol de terra batida sem grama, o único espaço onde as aeronaves poderiam pousar.

O governador do Piauí, Wellington Dias, que fazia parte da comitiva, se apressou em anunciar: "Lula não pôde vir, mas mandou seus principais ministros para conhecer Guaribas de perto". A insatisfação foi geral. "Meu sonho era ver o Lula, contei os dias para esse momento", falou desanimada a jovem Domingas, que hoje é mãe solteira, está desempregada e não vê a mínima perspectiva de vida em Guaribas.

"Para mim, esse governo não fez nada. As pessoas que mais precisam são as que não têm cartão", diz ela, que abandonou a escola e lamenta o fato de estar fora do programa de repasse de recursos patrocinado por Lula. Num palanque improvisado em cima de caminhões, os políticos do PT fizeram discursos inflamados garantindo que o tempo de miséria e abandono tinha chegado ao fim. Wellington Dias foi além e anunciou que ninguém receberia os benefícios "de graça". Para ele, o programa seria mais amplo do que a distribuição de alimentos e toda a família contemplada seria obrigada a dar uma contrapartida. "O objetivo é a criação de condições para as famílias superarem a situação de miséria.

Em Guaribas existem 14 indicadores de pobreza e a fome é apenas um deles", disse o governador. A essa altura, passava das 2 da tarde, fazia um calor infernal e caixas com água mineral eram distribuídas a todo instante aos assessores de Lula. O povo do lugar, acostumado a décadas de seca, assistia àquela encenação com esperança nos olhos. Terminada a solenidade, os helicópteros começaram a alçar voo deixando para trás a frágil impressão de que, daquela vez, a coisa iria mudar no semiárido.


Fome Zero é coisa de petista, a falta de comida é coisa de miserável

Ao implantar o piloto do Fome Zero em Guaribas, a meta dos técnicos do governo Lula era que dentro de seis anos 77% dos indicadores de pobreza estariam superados. "Esperamos que as pessoas possam se alimentar adequadamente, contem com água potável, tenham acesso a iluminação, coleta de lixo e educação", afirmou, na época, o governador Wellington Dias.

No entanto, 15 anos após o lançamento do programa na pequena cidade nem os problemas mais básicos que penalizam seus moradores foram resolvidos. Em alguns povoados da zona rural falta água para o consumo humano. Nesse caos social, aumentaram os índices de mortalidade infantil e de desnutrição escandalosos, comparáveis aos do continente africano.

É difícil acreditar que o município que se tornou garoto-propaganda do governo Lula não dispõe, sequer, de um único leito hospitalar. Até agora, nenhum metro de saneamento básico foi construído, o esgoto corre a céu aberto na frente das casas. Em suas ruas poeira, bichos e lixo fazem parte da paisagem. O comércio insignificante não movimenta dinheiro e não existem opções de emprego nem de renda.

A educação apresenta qualidade das mais baixas. Nas escolas, os índices oficiais, disponibilizados pelo Ministério da Educação, apontam aumento médio de 15% nas taxas de abandono escolar em todas as séries do ensino fundamental. Nas vilas menores, alunos de idade e séries diferentes frequentam a mesma sala de aula com um só professor para atender todos os estudantes. Não é a toa que o Piauí tem os piores índices de educação de todo o país.

"É um dado histórico que não mudou com a chegada do Fome Zero no estado", reconheceu recentemente o secretário de Educação do governo do Piauí em exercício.

Além de toda a miséria, Guaribas fica a distantes 630 quilômetros da capital, Teresina, e, literalmente, isolada do Brasil, pois a estrada transitável mais próxima fica a uns 60 quilômetros dali, na vizinha e também pobre cidadezinha de Caracol. O restante do trecho para quem deseja chegar à cidade ícone do programa Fome Zero exige veículos com tração nas quatro rodas guiados por motoristas acostumados a enfrentar estradas em péssimas condições.

Analisando os atuais indicadores sociais de Guaribas - aumento de renda e insignificante melhoria da qualidade de vida -, fica evidente que a ação governamental com melhores resultados foram os cartões do Bolsa Família, que distribuem em média R$ 75 mensais para cada uma das 700 famílias beneficiadas. Com isso, cerca de R$ 50 mil são injetados mensalmente na economia local, que somados ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), às aposentadorias e a uma série de outros benefícios sociais do governo federal representam o único dinheiro que circula na região.

Criado em 1997, o município tem área de 3.741 km2 e sua base econômica está na agricultura familiar e nas poucas criações de bovinos, suínos e caprinos. Em termos de infraestrutura, as maiores vitórias da população aconteceram em meados de 2005 com a inauguração de um mercado municipal, 66 casas populares e uma adutora que não resolveu a falta de água potável na zona urbana.


Fome Zero mata a todo instante quem insiste sobreviver em Guaribas

Mas o abandono, o descaso e o drama da seca continuam na zona rural, onde estão dois terços da população do município. No pequeno vilarejo do Barreiro, lugar onde tentam sobreviver cerca de 40 famílias, falta água até para os idosos e para as crianças. Na estação seca, as pessoas são obrigadas a percorrer trilhas arenosas até o interior do Parque Nacional Serra das Confusões, para coletar água de uma pequena fonte natural que também é disputada pelos animais selvagens da reserva.

A caminhada, não raro, precisa ser feita mais de uma vez por dia, inclusive pelas crianças. No período das chuvas, quando o reservatório que dá nome ao lugar consegue acumular água, todas as famílias da região bebem do barreiro. A água, sem a mínima qualidade para o consumo humano, tem um tom acinzentado, e apesar de parte do reservatório ser cercado, ali também tentam matar a sede os cachorros, porcos e jumentos dos moradores.

Além da caótica falta de água, em várias localidades da zona rural de Guaribas, seus moradores também precisam abastecer os candeeiros (lampiões) porque não há energia elétrica. Para cozinhar eles são obrigados a cortar lenha para acender o fogo, pois os recursos do Bolsa Família não são suficientes para comprar gás. E, quando Deus decide mandar chuva, as mulheres e os filhos ajudam os maridos na roça de feijão, milho e mandioca. Fora dessa temporada, o consolo é a fé nos santos da igreja católica e mais recentemente nos pastores evangélicos que começam a impregnar a região com seus sermões "salvadores".

As condições econômicas miseráveis, a falta de água tratada e a desnutrição fizeram de Guaribas um lugar onde a expectativa de vida é de 56,11 anos, muito abaixo da média nacional de 68,1 anos. "Quando os governos federal e estadual adotaram Guaribas como âncora do programa Fome Zero, o fizeram de forma paternalista e eleitoreira. Seguindo a política do pão e circo, eles injetaram diversos projetos para alimentar, literalmente, a população", afirmou a jornalista Tânia Martins, que foi a responsável pela edição de um anuário sobre o estado do Piauí, com dados compilados de todos os seus 223 municípios.

Cerca de 83,11% dos dejetos humanos em Guaribas são jogados a céu aberto e 60% dos domicílios despejam o lixo nas ruas. Os pontos comerciais não chegam a 20 estabelecimentos. A energia elétrica abastece apenas 66,73% do município, que só dispõe de dois pequenos postos de saúde atendidos por enfermeiras - um na zona urbana e outro no povoado do Cajueiro.

Enquanto o governo do Piauí não conclui uma Unidade Mista de Saúde, que está com as obras paralisadas na cidade, os três médicos que trabalham para a prefeitura são obrigados a fazer os atendimentos em hospitais de cidades vizinhas. Se Deus existe mesmo, está na hora de mostrar serviço, pois seus agregados sanguinários e desumanos esperam o retorno da “bondade” em forma de propina e voto.




 







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