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Pelos que buscam uma vida melhor!



O Brasil é um país de imigrantes. Primeiro vieram os portugueses. A partir do século XVI teve início a imigração forçada de negros africanos, arrastados pelos grilhões da escravidão. Com a chegada da Corte Imperial, em 1808, o Brasil recebeu milhões de novos imigrantes, agora voluntários. Primeiro, vieram os chineses para trabalhar na cultura do chá no Rio de Janeiro, então capital do Império Português. Posteriormente vieram os suíços. A estes seguiram-se alemães, italianos, espanhóis, ingleses, poloneses, ucranianos, tchecos e russos. Além desses, vieram japoneses, judeus, sírio-libaneses, armênios e outros que varreram o território nacional. Todos nós, brasileiros, somos descendentes destes imigrantes que saíram de seus países fugindo da fome, da miséria ou de perseguições políticas e religiosas. Todos nós somos herdeiros destes que para cá vieram em busca de uma vida melhor.

A partir dos anos 1980, pela primeira vez em sua história o Brasil passou a “exportar mão de obra”.  No rastro da crise internacional que fez ruir o modelo econômico erigido pelo golpe civil-militar de 1964, milhões de brasileiros foram viver fora do país. Embora os números não sejam seguros, estima-se que mais de 3 milhões de brasileiros vivam regular ou irregularmente no exterior. Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE), dentre os países com a maior presença de brasileiros estão Estados Unidos, Paraguai, Japão, Inglaterra e Portugal. Além de sonhos e esperanças, os brasileiros no exterior frequentemente expressam as dificuldades que enfrentam. Há desde a saudade do “arroz com feijão” até casos flagrantes de xenofobia, racismo e assédio moral. Muitos trabalhadores brasileiros enfrentam a pecha de preguiçosos e desonestos. Muitas mulheres sofrem com o estigma da liberalidade sexual e são vistas como prostitutas. Até estudantes são muitas vezes inferiorizados em ambientes escolares ou universitários, sendo frequentemente instados a voltar ao Brasil. O preconceito é uma chaga que se abate sobre muitos imigrantes brasileiros no exterior. Ele gera dores e sofrimentos desnecessários nestes compatriotas que vivem fora do país.

Em que pesem estas dificuldades, muitos brasileiros sonham em sair do país. De fato, as dificuldades socioeconômicas, a crise na segurança pública e os problemas do cotidiano político são desanimadores. Mas o Brasil ainda é atraente para muitos imigrantes. Quem são eles? À exceção dos portugueses, já não há mais europeus vindo sistematicamente para o Brasil. O perfil migratório para o Brasil mudou. Hoje, dentre os principais povos que chegam ao país estão bolivianos, coreanos, chineses e haitianos. Mas o caso mais emblemático é o dos venezuelanos.

Estudos publicados em agosto pelo IBGE estimam que há aproximadamente 30 mil venezuelanos no Brasil, a maior parte deles vivendo em Roraima. Parece haver muitos venezuelanos no Brasil, mas isso não corresponde à verdade. Os 30 mil venezuelanos que hoje vivem no Brasil correspondem a apenas 1% dos brasileiros que vivem fora do país. Em nível global, há apenas 700 mil imigrantes estrangeiros no país. Considerando uma população superior a 200 milhões de pessoas, o total de imigrantes no Brasil é de apenas 0,3% da população. E os venezuelanos são, hoje, 4,3% desse pequeno total de imigrantes.

É lamentável que os venezuelanos sofram, no Brasil, preconceitos semelhantes aos que brasileiros sofrem no exterior. É lamentável que nós, filhos, netos e bisnetos de imigrantes, tratemos de forma xenófoba, racista e desumana os imigrantes venezuelanos que fogem dos efeitos perversos da grave crise socioeconômica e política que se abate sobre seu país. Nunca uma sociedade estará social e economicamente preparada para receber levas de imigrantes. Mesmo políticas oficiais de migração, como as promovidas pelo Brasil entre os séculos XIX e XX, geram tensões e conflitos. Mas, ao fim e ao cabo, a presença desses imigrantes é sempre benéfica para o país receptor. Por isso, é importante respeitar os imigrantes. É importante tratar com dignidade o estrangeiro que sai de seu país em busca de uma vida melhor!

Lier Pires Ferreira, professor do Ibmec/RJ e do CP2




 







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