Para manter a tradição de festeira e benéfica na entrega de títulos de cidadania graciosos a quem nada fez ou faz pelo Piauí, a Assembleia Legislativa do Estado entregou mais uma comenda no início dessa semana – segunda –feira, 2 de dezembro de 2019 - ao metalúrgico e dublê de deputado federal Vicente de Paula, mais conhecido pela alcunha de Vicentinho do PT-SP.
A proposta do título é de autoria do deputado estadual Franzé Silva (PT. Assis Carvalho (PT) prestigiou a solenidade e durante entrevista à imprensa avaliou como merecido o título para o deputado que não sabia sequer, onde ficava o Piauí.
Assis disse que Vicentinho foi “referência” para a classe trabalhadora após a Ditadura Militar e que conseguiu organizar a maior central sindical das Américas.
"É um título merecido, tanto no ponto de vista de líder sindical, como também sua luta em defesa da organização da negritude. É um negro que se assume como negro, tem orgulho como negro e nesses momentos nebulosos que os negros sofrem tanto, acho que o Piauí homenagear o Vicentinho é uma homenagem muito justa”, afirmou.
Vicente de Paula da Silva nasceu no Rio Grande do Norte e iniciou a carreia sindical ao lado de Lula em São Paulo no ano de 1977 ao se filiar ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânica e de Material Elétrico de São Bernardo do Campo e Diadema.
O povo quer saber o que o senhor fez pelo Piauí
Participou da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e foi eleito primeiro presidente. Atualmente exerce seu terceiro mandato de deputado federal por São Paulo. Só que até agora não se tem notícia do que ele fez para merecer o título.
As malandragens do deputado
Vicentinho foi citado em esquema de recebimento de propina da Odebrecht no valor de R$ 30 mil, não contabilizada para a campanha eleitoral de 2010. Ele ainda recorre da investigação por falsidade ideológica eleitoral, de acordo com o inquérito. Vicentinho também foi citado na delação Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-executivos da empreiteira. Segundo o inquérito, ele teria recebido da Odebrecht o montante de R$ 30 mil em duas parcelas de R$ 15 mil.
O parlamentar apareceu citado na planilha de propinas como "João Pessoa". Malandro, Vicentinho se defendeu: "É uma surpresa. Meus projetos são, inclusive, contra a própria Odebrecht. Eu defendendo o direito dos trabalhadores. Nunca fiz acordo com eles e não sou corrupto".
O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados federais que fazem parte da chamada "lista do Janot", que até hoje não está concluso.