Avacalhou de vez. Você se sentiu ofendido pelo vídeo “A Primeira Tentação de Cristo”, do Porta dos Fundos, ou foi movido pela raiva generalizada? Acredita que o serviço e o grupo devem ser punidos por ter produzido e lançado, pelo segundo ano consecutivo, um especial de Natal?
Resumindo, o filme de cerca de 45 minutos acompanha a festa de aniversário surpresa de 30 anos de Jesus (Gregório Duvivier), que chega do deserto acompanhado de um novo “amigo”, Orlando (Fábio Porchat). Jesus tenta esconder, mas a situação é bem clara: os dois estão em uma relação.
Para completar o cenário, José (Rafael Portugal) parece não ter engolido muito bem a história da gravidez imaculada de Maria (Evelyn Castro) e Deus (Antonio Tabet), tratado pela família como um “tio”, vive tentando a mãe de Cristo.
O curioso é que “A Primeira Tentação de Cristo”, ao fim, tem uma mensagem positiva. Após dúvidas sobre o que fazer quando se descobre o filho de Deus, Jesus passa por uma provação e encontra sua real vocação. O filme lançado no início do mês é mais divertido e menos ofensivo do que o do ano passado, “Se Beber, Não Ceie”, que trazia Jesus como um mau-caráter disposto a matar e enganar em uma ceia com muito sexo e drogas. Vale ressaltar que, pelo filme do ano passado, o grupo ganhou o Emmy Internacional de Melhor Série de Comédia. Não é pouca coisa.
Assim como quando Robert Kirkman fez um personagem gay chamado Jesus em The Walking Dead e recebeu cartas raivosas, um novo especial da Netflix recebeu ameaças de boicote, cancelamentos de assinaturas e até um ataque terrorista por retratar Jesus de Nazaré como um homossexual.
A polêmica
Em A Primeira Tentação de Cristo, a trupe de comédia brasileira Porta dos Fundos mostra Jesus comemorando seu trigésimo aniversário com uma Maria que fuma maconha e um amigo chamado Orlando no braço, que está implícito em ser seu amante.
Grupos religiosos na América do Sul – principalmente do Brasil – estão preocupados com o especial, e pedindo para que ele seja retirado da Netflix há semanas.
Nesta semana, no entanto, houve um esforço redobrado para intimidar a Netflix e a Porta dos Fundos. A hashtag “Cancele a Netflix” é uma tendência do Twitter.
A sede no Rio de Janeiro do Porta dos Fundos foi atingida por um ataque de coquetel molotov por pessoas que não concordam com o filme. A partir de agora, uma petição solicitando às autoridades brasileiras a proibição total do especial atingiu mais de 2 milhões de assinaturas.
Até o momento, nem a Netflix nem o Porta dos Fundos se pronunciaram sobre essa polêmica que toma proporções cada vez maiores.
Pois bem...
Ao se tratar - segundo os diretores do filme, de uma sátira humorística – que tal satirizar o momento político e seus atores? Para tanto, resolvi aproveitar a deixa e inserir alguns desses personagens mitológicos e paradoxais do cast político brasileiro, em um ensaio cinematográfico sem nenhuma intensão de ridicularizá-los tal qual o filme em questão.
O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) criticou em mensagem a decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, que derrubou a censura contra o especial de fim de ano do grupo Porta dos Fundos e veiculado pela Netflix.
“Eu quero saber se for produzido um filme pela produtora Porta dos Fundos, mostrando o presidente do STF como gay e os outros ministros como viciados em cocaína, se vão aceitar como cultura?”, questionou o pesselista. Em seguida, pergunta “se vão querer impedir que a Netflix exiba o filme”. Ao final, sugere: “façam esse filme”.
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