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Os BRICS e a Nova Geopolítica Internacional

Lier Pires Ferreira
PhD em Direito. Professor do Ibmec e do CP2. Pesquisador do Lepdesp/Uerj e do NuBRICS/Uff

Na transição do séc. XIX para o séc. XX, o domínio europeu sobre o mundo parecia consolidado. A II Revolução Industrial potencializara a economia europeia e a expansão neocolonial para a África e a Ásia parecia irreversível. Este domínio também tinha uma expressão científica e cultural. A ciência europeia avançava a passos largos, ratificando a ideia de progresso, e suas matrizes culturais determinava o que era (ou não) civilizado.

Mas havia lacunas. Na África, a Etiópia rechaçara o domínio italiano. Na Ásia, o Japão materializava seu projeto de nação-potência e, nas Américas, os EUA floresciam, em especial após a dura Guerra de Secessão (1861-1865). Neste contexto, no Brasil, um dos mais laureados diplomatas de nossa história, o Barão do Rio Branco, guiou o país para uma aproximação estratégica com os EUA, afastando-o (sem rupturas) da influência anglo-francesa. Visionário, Rio Branco percebeu o câmbio geopolítico em curso, que, em poucas décadas, faria dos EUA a principal nação do mundo. Sob a navalha de Ockham, podemos afirmar que o séc. XX foi o século dos EUA.

Todavia, ao longo de história a hegemonia americana também deixou lacunas, como mostram a Revolução Cubana e a Guerra do Vietnã. Afinal, não há poder absoluto. De todo modo, gostemos ou não, é fato que o mundo hoje também vive uma mudança geopolítica. A potência dominante, EUA, está sendo desafiada por um novo poder emergente, a China. Se do ponto de vista político, em particular no que tange à efetividade dos Direitos Humanos, a China merece inúmeras censuras, do ponto de vista socioeconômico, comercial, científico e tecnológico a expansão chinesa é extraordinária. Logo, quiçá sob a mesma navalha, podemos dizer que o séc. XXI será o século da China.

Lula não é Rio Branco, mas, como o Barão, também é visionário e seu tirocínio já lhe fez perceber que, sem romper com os tradicionais parceiros do Brasil, leia-se, EUA e Europa, é hora de se aproximar do dragão chinês. Em sua recente viagem para a China, onde foi recebido com honras mil, o ex-líder sindical apresentou as pautas de interesse estratégico para o Brasil, dentre os quais estão os investimentos chineses em tecnologias verdes, energia e indústria, além do setor aeroespacial. Outras parcerias, em educação, agricultura e finanças também foram alinhavadas, esta última sedimentada pela presença a ex-presidente Dilma no comando do Banco dos BRICS.

Em 1980 o G-7, grupo dos países mais ricos do mundo, todos então Ocidentais e liderados pelos EUA, detinha 50% do PIB global. Os países que hoje formam o BRICS, apenas 10%. Em 2022 os BRICS possuem mais de 31,5% do PIB global. O G-7 tem 30%. Os números do BRICS são catapultados por China e Índia. Brasil, Rússia e África do Sul patinam. De todo modo, em 2030, os BRICS deverão ter mais de 50% do PIB global. Neste sentido, Lula já percebeu que uma aliança estratégica com a China pode beneficiar o Brasil. Se o Brasil souber negociar, agindo de modo “altivo e ativo”, pragmaticamente, com foco em seus interesses e não em alianças unilaterais espúrias, poderá finalmente encontrar a brecha que necessita para alavancar seu desenvolvimento e, quem sabe, superar a condição periférica e dependente à qual se relegou desde 1822. A hora é essa!




 







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