A fuligem dos velhos anos nem fora ainda dissipada e o mundo continua a viver inspirado pelas passadas dos velhos conquistadores, que deixaram um ranço impermeável nas camadas rochosas da alma dos seus vassalos.
Os grandes palácios de Herodes “o grande” e de Pilatos - conhecido como “Torre Antônia” - permanecem erguidos na mente e no coração dos conquistadores modernos pelo exercício do voto, todavia, não estão mais munidos de espadas e sim do verbo afiado do ponto de vista doente, que tenta convencer e escravizar os seus semelhantes.
São muitos procurando o pouco que temos, devido às limitações que nos impomos pelas ações equivocadas, por não respeitarmos as Leis de Deus.
O momento é de reflexão após as manifestações. Esperemos que os esforços consigam amolecer o coração daqueles que elegemos para defender os nossos direitos diante da malta sempre sanguisedenta do poder temporal, que sentirá escapar por entre os dedos ossudos, com o passar do tempo.
Saul, “o grande rei”, foi mergulhado em dúvidas à procura da pitonisa de Endor, a fim de buscar conselhos póstumos de um antigo rei deposto pela morte, ouvindo assim as explicações que desejava para continuar os seus projetos de conquista.
O que vemos, na era moderna em que vivemos, são fantoches vestidos de Democracia, a aprovar leis que lhes beneficiem o apetite insaciável de encher os bolsos das suas ilusões.
É, parece que as velhas páginas do Livro Sagrado estão cada vez mais esquecidas. Distanciamo-nos da realidade que os profetas em suas visões nos alertaram e nos mantemos presos, sem conseguimos no libertar do sangue de Caim, ao abater o seu irmão pela inveja, arma de fel embainhada pelo coração. Este ato vem se multiplicando ao longo dos milênios, cansados de tanto presenciar injustiças.
As rodas do progresso não param, por mais que tentemos detê-las. Elas esmagam a tudo o que encontram pelo caminho, tirando da cabeça dos reis e rainhas as suas coroas, lutando muito para também arrancar as dos poderosos de hoje, que brincam com o poder que colocamos em suas mãos sudorentas e esquálidas, enfraquecidas pelo mau funcionamento do fígado, sufocado pelos drinks caros que os fazem dormir mais sossegados em seus travesseiros de pluma, embriagados pelas ilusões e pagos com o dinheiro público.
Se naqueles tempos idos se abriam os celeiros ao povo e este levava para casa os grãos da compaixão que os supririam por alguns dias, hoje não são abertos celeiros e sim contas bancárias onde é depositada a ração insuficiente, a tentar mesclar as suas misérias, para que assim não incomodem os poderosos – É a moderna “política do pão e do circo”.
Os reflexos do mundo de hoje são de uma Babilônia que ainda resiste às evidências, sob os olhares de tristeza do Evangelho do Cristo.
Na simbologia da Escada de Jacó, em seu sonho frutuoso, fiquemos atentos: no subir e descer dos seus degraus muita coisa pode acontecer e o que esperamos pode não vir da forma que queremos.
Jobrane
